O presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP), decidiu, nesta segunda-feira (9), anular a votação do impeachment na Câmara, enfurecendo pelo menos 367 deputados que votaram pelo processo. E a conta dessa decisão pode acabar no colo do deputado federal Macedão (PP).
Indignados com a decisão de acatar o pedido do advogado-geral da União, Eduardo Cardozo, deputados e partidos da oposição atacam Waldir por todos os lados. Além de tentarem reverter a ação do presidente interino, querem também que o PP expulse o parlamentar por ter votado contra impeachment e desrespeitado a vontade da bancada.
O deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS) assinou, nesta segunda-feira, pedido de expulsão do partido contra Waldir Maranhão e os outros seis parlamentares que votaram contra o impeachment. Entre eles, Macedão.
Até a manhã de hoje, a decisão da cúpula do PP era de não expulsar nenhum dos sete dissidentes para não diminuir a bancada na Casa. Porém, com a decisão de Waldir, a expulsão voltou a ganhar força.
Dos 45 deputados do PP que participaram da votação, 4 votaram contra o impeachment: Waldir Maranhão (MA), Macedo (CE), Roberto Britto (BA) e Ronaldo Carletto (BA). Outros três parlamentares se abstiveram: Beto Salame (PA), Cacá Leão (BA) e Mário Negromonte (BA).
PP Ceará
Após a votação, o PP Ceará sofreu uma intervenção partidária que tirou o comando das mãos do ex-deputado Zé Linhares e passou para o deputado federal Adail Carneiro, que votou a favor do impeachment.
Adail guia o partido para longe da influência do grupo político do ex-governador Cid Gomes (PDT), em direção ao senador Eunício Oliveira (PMDB). Nesse movimento, enfrenta forte oposição de aliados dos Ferreira Gomes dentro da sigla.
Maurício Moreira