A aguardada decisão sobre o afastamento do PMDB do governo da presidente Dilma Rousseff, prevista para a convenção nacional do partido realizada neste sábado em Brasília, ficará para depois. Apesar das manifestações de diretórios estaduais a favor da ruptura, o tema só sera deliberado em um prazo de 30 dias. Isso porque o desembarque do governo não é um dos itens da pauta da convenção. Caso as moções fossem aprovadas, poderiam ser anuladas.
Crise, corrupção, falta de participação no governo e a pretensão de ter candidato próprio a presidente em 2018 foram algumas das razões apresentadas por vários diretórios estaduais do PMDB para pedir a saída da agremiação do governo federal. Gritos de "fora, Dilma" e "Temer presidente" foram ouvidos em vários momentos, tanto de políticos com cargos eletivos como dos militantes peemedebistas.
"Solicitamos a imediata saída do PMDB da base de sustentação do Governo Federal, com a entrega de todos os cargos em todas as esferas a Administração Pública Federal", diz trecho da moção do PMDB baiano, um dos mais enfáticos a pedir o rompimento.
O PMDB do estado diz que "o Brasil sofre uma das mais graves crises econômica, moral e política de sua história", fato "resultante, principalmente, de escolhas erradas nas ações do Governo Federal". Destaca também que o vice-presidente, Michel Temer, é do partido, mas que o PMDB "nunca foi chamado para discutir soluções econômicas ou políticas para o país". Diz ainda que a permanência do partido na base "fomentará uma maior divisão no partido" e que existe "o anseio do povo brasileiro por mudanças urgentes na economia e política nacional".
Vários integrantes do PMDB são investigados na Operação Lava-Jato, que apura principalmente irregularidades na Petrobras. Mas o diretório baiano cita "as graves denúncias de participação de integrantes do Governo Federal em escândalos de corrupção" como argumento para o rompimento.
Com informações do O Globo