Acuado diante do avanço da violência e da presença de facções criminosas no Ceará, o governador Camilo Santana (PT) resolveu buscar uma solução estrangeira para combater o crime: contratou especialistas americanos, com despesas milionárias, para dar uma “aula” sobre Inteligência policial.
São seis norte-americanos que vieram à Fortaleza com despesas bancadas pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Na manhã desta terça-feira (15), eles iniciaram uma jornada de palestras com tradução simultânea para um grupo reduzido de membros da cúpula da SSPDS, incluindo o secretário Delci Teixeira, autor da ideia de trazer os gringos; o delegado-geral da Polícia Civil, Andrade Júnior; o comandante-geral da PM, coronel Geovani Pinheiro; além de oficiais das coordenadorias de Inteligência (Coin) e de Operações Policiais (Copol). Nada sobre isto foi, ainda, divulgado pela Pasta.
Os custos com a presença dos seis americanos ultrapassa cerca de R$ 1 milhão, conforme fontes de dentro da própria SSPDS. Passagens, hospedagens, traslados, alimentação, tudo às custas do povo cearense, que sofre com a violência dos assaltos, tiroteios e assassinatos em crescente registros, apesar de Camilo Santana dizer o contrário.
A SSPDS não divulgou nem a presença dos “especialistas” americanos nem tampouco quem são eles. Seriam homens do FBI? Policiais do DEA (Departamento de combate às drogas americano)? ou até mesmo agentes da CIA?
Nos corredores do casarão amarelo da Avenida Bezerra de Menezes (sede da SSPDS), boatos revelam que os americanos vieram para dar uma “aula” de Inteligência e até de combate a terrorismo (???).
A ideia é combater as facções criminosas PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho), que se instalaram definitivamente no Sistema Penitenciário cearense e nas comunidades periféricas de Fortaleza dominadas pelo tráfico de drogas.
A experiência e disposição dos policiais cearenses (delegados, oficiais, praças, inspetores, peritos) parecem não serem suficientes para ajudar o governo do Estado a montar um plano estratégico de Inteligência de combater à bandidagem.
No passado, experiência semelhante se tornou um fracasso, quando o Governo decidiu trazer ao Ceará o ex-chefe das polícias de Nova Iorque e Los Angeles, Mr. William Bratton, para “ensinar” os policiais cearenses a implantar o programa “Tolerância Zero” contra a criminalidade. Depois disso, a violência só aumentou e Fortaleza ganhou o título de cidade mais violenta do Brasil.
Por FERNANDO RIBEIRO