Perspectivas. Pesquisadores discutem o futuro de um mundo sem Fidel Castro


Especialistas refletem sobre os desdobramentos da morte do cubano, a reaproximação entre Cuba e Estados Unidos e o legado de um líder da outra geração


A morte de Fidel Castro, um líder da esquerda, acontece justamente quando a direita começa a crescer, inclusive na América Latina, seu principal palco de influência. Apesar dessa tendência, estudiosos afirmam que os ideais disseminados pelo cubano não se perderão e a reaproximação entre Cuba e Estados Unidos deverá continuar, talvez em ritmo diferente.
[SAIBA MAIS 1]
Sidney Ferreira Leite, professor de relações internacionais do Centro Universitário Belas Artes, explica que a estratégia de transição planejada por Castro se mostrou eficaz. Há quase uma década, quando saiu da presidência, ele deixou de ser liderança política para virar símbolo. Portanto, a morte terá menos implicações nas relações internas e externas do País.
[SAIBA MAIS 2]
“Não acredito que o processo de reaproximação entre Cuba e Estados Unidos seja interrompido. A forma de transição deu esse efeito, levou às consequências que eles queriam. O objetivo era a manutenção do regime, sem a presença efetiva de Fidel”, analisa.
Para Sidney, a eleição de Donald Trump traz mais dúvidas sobre as relações bilaterais do que a morte de Fidel. No entanto, o presidente eleito dos Estados Unidos já acenou que tem interesse na aproximação. “Nossa administração fará de tudo para garantir que o povo cubano caminhe para a liberdade e prosperidade”, afirmou, contrariando promessas de campanha de que se afastaria da ilha caribenha.
Para a a historiadora Adelaide Gonçalves, da Universidade Federal do Ceará (UFC), a pauta de discussões não é a morte de Fidel Castro, mas a vida dele. Ela comenta que as novas gerações terão de encontrar uma forma de preservar o legado do cubano. “Castro sem dúvida é uma das figuras mais significativas da história do século XX. Ele representa um projeto de libertação do drama da subalternidade. A questão agora é como atualizar o legado de libertação de Fidel para toda a América Latina”, indica.
A historiadora da Universidade de São Paulo (USP) Maria Aparecida Aquino argumenta que a revolução cubana está preservada nos ganhos sociais do governo castrista. “(A morte) representa o fim de um ciclo, mas não quer dizer que seja o fim de um processo que está guardado para as futuras gerações cubanas”, aponta. (Isabel Filgueiras)  
Frases 
“Fidel Castro foi um líder de convicções. Marcou a segunda metade do século XX com a defesa firme das ideias em que acreditava”
Michel Temer, presidente do Brasil
“Fidel Castro encarnou a revolução cubana, nas esperanças que criou e depois nas desilusões que provocou. (...) quero insistir para que o embargo que pune Cuba seja definitivamente suspenso”
François Hollande, presidente da França
“A morte do comandante Fidel Castro é motivo de luto e dor. Fidel foi um dos mais importantes políticos contemporâneos e um visionário que acreditou na construção de uma sociedade fraterna e justa”


Dilma Rousseff, ex-presidente do Brasil

Fonte: Digital company

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