“Se as pessoas tirarem 500,00 do orçamento para pagar um plano de saúde “popular”, vai faltar para o arroz, para o aluguel, para a educação..”
O deputado federal Odorico Monteiro inicia outra cruzada em defesa do SUS. Desta vez ele mobiliza as entidades de saúde contra a proposta do governo federal de criar o plano de saúde acessível. Isso não será bom nem para o paciente nem para o SUS, explica o deputado. O governo federal está propondo criar planos de saúde acessíveis economicamente, mas com a diminuição da sua cobertura assistencial, o que é bastante questionável.
Propor um plano de saúde popular, é transferir a competência do estado para a população, e isso não vai resolver o problema da saúde no Brasil. O estado deveria resolver isso com os impostos que arrecada. Precisamos fortalecer o sistema único de saúde, o SUS, melhorar a relação com os estados e municípios e pensar em uma relação interfederativa que garanta o acesso à saúde para todos.”
A medida não contribui para o aprimoramento, a organização e consolidação do SUS por trazer um elemento conflituoso no acesso aos serviços. Imagina uma pessoa com plano de baixo custo, que na hora em que seu atendimento for inferior às suas necessidades, recorrerá ao SUS e fatalmente desorganizará a sua porta de entrada, promovendo desigualdade. Além disso, poderá judicializar tanto a saúde pública como a operadora do plano.
Os planos são bastante onerosos e poucos conseguem pagar um plano individual, especialmente se estiver acima de 50 anos e as empresas privadas que garantem ao seu empregado um plano, também têm reclamado bastante de seus custos. Alias as operadoras de planos de saúde reclamam dos custos da saúde ante as constantes inovações tecnológicas a que ficam obrigadas a incorporar em seus serviços, muitas vezes por força de decisão judicial, por se tratar de área bastante judicializadas pelos contratantes, e por força do próprio mercado, sempre crescente e nem sempre em razão de melhores resultados.
Serviço: Assista hoje, dia 15 de março, às 23 horas, no programa Câmara em Debate. Amanhã, as 8:30 e as 20:30, o programa será reprisado.
