No último dia 2 de abril, o Prefeito José Firmino reuniu o secretariado e seus vereadores para “inaugurar” o novo prédio da Escola Salustiano da Costa Cardoso, na localidade Macajetuba.
Foto: divulgação/Facebook
Depois de receber várias queixas de que a nova escola não tinha água e que as crianças estavam expostas a riscos de acidentes pela existência de entulho da obra, eu e a vereadora Neurimar Siqueira fomos ontem (09/05/2018) ao local para apurar as informações.
Fomos muito bem recebidos pelo Diretor Geová Rodrigues, que nos levou para conhecer o local e foi muito atencioso na prestação das informações que solicitamos.
Duas salas estão sendo ocupadas pela equipe de saúde da família da localidade. O prédio da unidade básica de saúde está sendo reformado e está sem energia por conta de um raio que caiu no local há pelo menos 15 dias. Conversei com uma mãe cujo filho havia acabado de se consultar. O médico receitou vitamina C, loratadina, azitromicina, dexametasona e paracetamol para a criança, no entanto, a única medicação disponível era o paracetamol.
O problema da falta d´água foi solucionado temporariamente graças ao empenho do Diretor Geová. A água vem de outro local e as crianças reclamam do sabor. Algumas delas trazem água de casa. O bebedouro não tem filtro, no entanto, o Diretor já está providenciando a solução desse problema.
No local há entulho e ainda existem pessoas trabalhando na obra. A energia da quadra não está ligada.
Ao vistoriar o prédio da antiga escola (bastante deteriorada e com muros caídos), estranhei uma ligação de fios que saía da caixa de energia e passava por cima do telhado. Resolvi seguir a instalação e vi que ela seguia até a caixa de energia da escola nova.
O prédio não possui ligação da concessionária de energia elétrica. A energia da nova escola Salustiano da Costa Cardoso, na verdade, vem de uma gambiarra feita na caixa de energia do prédio antigo, sem nenhuma proteção e expondo as crianças a perigo de morte.
Na escola existe gambiarra até no núcleo gestor. A pessoa que se apresentou como coordenadora pedagógica, Sra. Maria de Jesus Alves da Silva, na realidade, ocupa o cargo comissionado da Secretaria de Educação de Coordenadora Geral de Olímpiadas Estudantis e não possui vínculo efetivo com a Prefeitura de Viçosa do Ceará.
Foto: Daniel Lima
Decreto Municipal 41/2018
No quadro informativo do núcleo gestor da escola consta como supervisora escolar a professora Nayse Cristina da Silva, filha da vereadora Neide Pereira, do PDT. A referida supervisora tem conhecimento das irregularidades do estabelecimento desde a inauguração paraguaia, mas, por incompetência ou desinteresse, até hoje esses problemas não foram solucionados. A professora se apresenta como supervisora de maneira ilegítima. Na realidade, ela ocupa o cargo de Diretora da Escola Monsenhor José Carneiro da Cunha, recebendo, gratificação maior que a de supervisor (R$ 1.609,30).
Salário bruto de Professor Classe B 100 hs: R$ 1.476,40 | Suplementação de 100% de carga-horária: R$ 1.476,40 | Gratificação de Diretora da Escola Monsenhor José Carneiro da Cunha: R$ 1.756,70 | TOTAL: R$ 4.709,50. Fonte: Portal da transparência da Prefeitura de Viçosa do Ceará
Toda essa bagunça tem dois objetivos: atender os aliados políticos e garantir apoio na câmara de vereadores para as incompetências e irregularidades praticadas pelo prefeito José Firmino. Os aliados, sem nenhum vínculo com o Município ou conhecimento técnico são acomodados nos mais diversos cargos comissionados da Secretaria de Educação. Já a distribuição de cargos e benesses na gestão municipal em troca de apoio na Câmara Municipal parece ser algo comum em Viçosa do Ceará. Desde o primeiro ano de mandato da vereadora Neide Pereira, sua filha, a falsa supervisora, ocupa cargos comissionados na Educação. Durante a gestão do ex-prefeito Divaldo Soares ela foi Diretora e Coordenadora da Escola João Firmino de Sousa (parece que a o “peso do chicote do Kadafi” era suportável).
Nomeação em cargo comissionado da professora Nayse Cristina da Silva pelo ex-prefeito Divaldo Soares
Agora na gestão do prefeito José Firmino, ela já foi coordenadora e atualmente é Diretora da Escola Monsenhor José Carneiro da Cunha. Elas não têm culpa se os prefeitos mudam. Todos são beneficiados pessoalmente, menos os alunos, os principais afetados pela incompetência e indiferença do prefeito e sua curriola.
Acidentes mais graves ainda não aconteceram devido o empenho do Diretor Geová, que administra bem a escola e zela pelas crianças. Eu mesmo testemunhei esse cuidado que ele tem, conduzindo, inclusive os alunos até o ônibus escolar.
Por Daniel Lima
